Transplante de coração: Guia rápido e prático
Se alguém que você conhece está esperando um novo coração, a primeira coisa que vem à mente são dúvidas. Como funciona a doação? Quanto tempo leva a cirurgia? O que muda na vida depois de receber o órgão? Vamos responder tudo de forma simples, sem termos complicados.
Como funciona o processo de doação?
Primeiro, a doação só acontece quando uma pessoa declara que quer ser doadora ou quando a família autoriza após a morte. Os hospitais verificam se o coração está saudável e se o ritmo de parada cardíaca permite a retirada do órgão. Depois, o órgão é transportado em um recipiente gelado para o centro de transplante mais próximo.
Para receber um coração, o paciente precisa estar na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes. Essa lista considera idade, gravidade da doença, tipo sanguíneo e compatibilidade HLA (proteínas que indicam como o corpo aceita ou rejeita o órgão). Quanto mais urgente o caso, mais rápido o nome sobe na fila.
O que acontece no dia da cirurgia?
No dia marcado, a equipe médica realiza exames rápidos para garantir que o coração está pronto para ser implantado. A cirurgia dura de 4 a 6 horas, e o paciente fica conectado a máquinas de circulação extracorpórea, que mantêm sangue e oxigênio fluindo enquanto o peito está aberto.
Depois que o novo coração é colocado, os médicos testam se ele bate bem e se está recebendo sangue corretamente. Quando tudo está estável, a máquina é desligada e o paciente vai para a UTI para monitoramento intensivo.
Cuidados após o transplante
Nos primeiros dias, o foco é evitar infecções e garantir que o órgão não seja rejeitado. O paciente recebe imunossupressores – remédios que mantêm o sistema imunológico calmo – e precisa fazer exames de sangue regulares. A dieta costuma ser leve: frutas, verduras e proteínas magras ajudam na recuperação.
Fazer exercícios leves, como caminhadas curtas, já na segunda semana, pode acelerar a melhora. Mas nada de levantar peso ou fazer esforço intenso nos primeiros meses. O médico vai liberar a atividade física de acordo com a evolução de cada caso.
É normal sentir medo de rejeição, mas as taxas de sucesso aumentaram muito nos últimos anos graças a medicamentos mais seguros e a monitoramento avançado. A maioria dos pacientes volta a ter uma vida quase normal em 1 a 2 anos, podendo praticar esportes leves e voltar ao trabalho.
Aspectos emocionais e apoio
Além da parte física, o transplante mexe com a cabeça. Conversar com psicólogos, participar de grupos de apoio e manter contato com a família são essenciais. Muitos pacientes relatam que a gratidão pela segunda chance de viver ajuda a superar a ansiedade.
Se você está esperando ou acabou de passar por um transplante, procure informações em fontes confiáveis, como o site da Organização Nacional de Transplantes, e siga as recomendações do seu médico à risca.
Com a combinação certa de cuidados médicos, apoio emocional e estilo de vida saudável, o transplante de coração pode ser o início de uma nova fase cheia de energia e possibilidades.