Quando Letícia Vieira, atriz, aceitou o protagonismo de Luna, a lobimoça que se transforma em lobo‑guará, o público sentiu que era hora de uma nova cara da fantasia nacional.
Ao seu lado, Alanis Guillen, também atriz, encarna Flora, humana curiosa que vai mexer ainda mais com a maldição da heroína. Juntas, elas dão vida ao que criaram Cláudia Sardinha e Rosane Svartman, as roteiristas‑autoras da série.
A direção artística ficou a cargo de Patricia Pedrosa, que prometeu trazer "um Brasil que respira fantasia" nas telas. A produção ficou a cargo de Globoplay em parceria com Estúdios Globo, marcando a primeira incursão da plataforma no gênero horror‑fantasia.
O lançamento da série Vermelho SangueSão Paulo aconteceu no dia 2 de outubro de 2025, com seis episódios disponibilizados imediatamente e os quatro restantes surgindo uma semana depois. A série, ambientada na cidade fictícia de Guarambá, no Cerrado Mineiro, mistura vampiros, lobisomens e criaturas ainda não catalogadas pela fauna brasileira.
Contexto da produção e aposta da Globoplay
Depois de consolidar novelas, séries de drama e comédia, a Globoplay resolveu expandir seu catálogo ao investir em um universo que ainda era pouco explorado no Brasil: o horror‑fantasia com raízes locais. A escolha de um cenário interiorano, ao invés de grandes metrópoles, reflete a intenção de destacar a riqueza cultural e natural do interior mineiro.
Segundo Patricia Pedrosa, "não queríamos apenas mais vampiros; queríamos que o mito do lobo‑guará fosse o coração da história, porque ele é símbolo da nossa fauna e carrega significados de resistência e liberdade".
Enredo e personagens principais
Luna (Letícia Vieira) vive atormentada pela transformação espontânea em lobo‑guará a cada lua cheia. Quando descobre que a condição pode surgir a qualquer noite, ela se envolve em uma pesquisa financiada por uma empresa farmacêutica onde sua mãe, a cientista Carol (Heloísa Jorge), trabalha.
A chegada de Flora (Alanis Guillen), estudante de biologia que sonha em entender o sobrenatural, desencadeia uma série de encontros que misturam desejo, medo e descobertas. Enquanto Luna busca uma cura, Flora deseja pertencer ao mundo que sempre esteve à margem.
O elenco conta ainda com Rodrigo Lombardi como o misterioso líder da colônia de vampiros, Lucas Leto como o médico que tenta desvendar a genética da maldição, e Bete Mendes na pele de uma curandeira da comunidade indígena que oferece saberes ancestrais.
Desafios técnicos: o lobo‑guará digital
Um dos maiores feitos da produção foi criar o lobo‑guará totalmente em CGI, sem utilizar animais reais. A equipe de efeitos especiais estudou a anatomia da espécie, mapeou cada fibra muscular e simulou o comportamento de pelagem em diferentes climas do Cerrado.
O resultado foi um mamífero virtual que reage a forças físicas como se fosse de carne e osso, permitindo cenas de perseguição dentro da floresta urbana de Guarambá que pareciam filmadas com animal de verdade. Essa escolha também evitou críticas de grupos de proteção animal.

Recepção inicial e críticas
Nas primeiras 24 horas, a série acumulou mais de 2,3 milhões de visualizações, segundo dados internos da Globoplay. A crítica especializada elogiou a estética visual e a produção sonora 5.1, mas levantou questionamentos sobre a estrutura narrativa, apontando que alguns episódios parecem sacrificar ritmo em prol de revelações surpreendentes.
Entretanto, o público nas redes sociais destacou a química entre Letícia Vieira e Alanis Guillen como o ponto alto, rotulando a relação das protagonistas como "um romance inesperado que dá um novo fôlego ao gênero".
Impacto cultural e expectativas futuras
"Vermelho Sangue" pode abrir caminho para outras produções que misturem mitologia regional com gêneros populares. Especialistas em mídia apontam que, se a série mantiver a audiência, veremos mais investimentos em narrativas ambientadas no interior do país, valorizando sotaques, folclore e paisagens pouco representadas.
Para a Globoplay, a série funciona como teste de aceitação do público por conteúdos mais ousados. Caso a segunda temporada seja aprovada, os produtores já cogitam explorar outras criaturas do cerrado, como o tamanduá‑bandeira, e aprofundar a história da corporação farmacêutica que financia a pesquisa de Luna.
Antecedentes da fantasia brasileira na TV
A tradição de criaturas sobrenaturais no Brasil costuma aparecer em telenovelas e minisséries, mas raramente com produção de alta tecnologia e foco em personagens femininas complexas. "Sítio do Picapau Amarelo" e "A Lenda do Lobisomem" são exemplos de tentativas anteriores que, apesar de carismáticas, não exploraram o horror de forma tão profunda.
"Vermelho Sangue" se destaca ao combinar a estética de séries internacionais de sucesso com um olhar autêntico sobre a cultura mineira, provando que o Brasil tem tudo para criar universos fantásticos sem precisar copiar fórmulas estrangeiras.
Perguntas Frequentes
Como a série aborda a representatividade LGBTQ+?
Luna e Flora desenvolvem um relacionamento romântico ao longo da primeira temporada, trazendo à tona questões de identidade e aceitação dentro de uma comunidade sobrenatural que, tradicionalmente, segue normas rígidas.
Qual o papel da fauna brasileira na trama?
O lobo‑guará, símbolo de Guarambá, não é apenas um monstro; ele representa a ligação entre o homem e a natureza, e sua criação digital respeita a biologia real para evitar exploração animal.
Quando será lançado o próximo episódio?
A segunda leva de quatro episódios foi disponibilizada em 9 de outubro de 2025. A data de estreia da segunda temporada ainda não foi anunciada, mas a produção indica que pode chegar ainda em 2026.
A série está disponível em outros países?
Até o momento, "Vermelho Sangue" está restrita ao catálogo da Globoplay no Brasil, porém a plataforma planeja expandir seu conteúdo para mercados da América Latina ao longo do próximo ano.
Qual a importância da produção para a indústria audiovisual brasileira?
Ao investir em CGI de alta qualidade e narrativas com forte identidade cultural, a série demonstra que o Brasil pode competir em nível internacional, incentivando novos projetos de fantasia e horror com histórias locais.