Holanda Fecha Fronteiras Terrestres com a UE para Controle Migratório

Holanda Fecha Fronteiras Terrestres com a UE para Controle Migratório

Larissa Marques nov. 12 5

Holanda Fecha Fronteiras Terrestres com a União Europeia: Entenda a Medida

No último anúncio feito em 11 de novembro, a Holanda declarou que fechará suas fronteiras terrestres com os países da União Europeia a partir de 9 de dezembro, uma ação que abrange um período inicial de seis meses. Esta decisão foi comunicada pelo Ministro de Migração, Marjolein Faber, como parte de um esforço para controlar o fluxo de migração para o país. A medida surpreendeu muitos na esfera política e social, visto que a Holanda compartilha estas fronteiras com a Bélgica e a Alemanha, duas nações que também fazem parte do Espaço Schengen - uma zona de livre circulação de pessoas e bens dentro da União Europeia.

O sistema Schengen permite que, em situações extraordinárias, os países integrantes possam fechar suas fronteiras, uma ação que tem sido adotada por outros países recentemente. A nova abordagem do governo holandês é vista como uma resposta direta a preocupações locais sobre o crescente número de imigrantes, algo que tem se tornado um tema sensível na política holandesa. A decisão faz parte de um pacote mais abrangente de medidas, sancionado em outubro, que visa frear a imigração, um projeto encabeçado pelo governo de direita liderado pelo Primeiro-Ministro Dick Schoof.

Impacto e Contexto Político

O pacote inclui várias políticas controversas, incluindo a proibição da entrada de acompanhantes de solicitantes de asilo e a classificação de certas regiões da Síria, atualmente em conflito, como 'seguras'. Esta redefinição permite que as autoridades de imigração holandesas neguem vistos de refugiado a cidadãos sírios. A medida confronta o compromisso da Holanda como signatária da Convenção da ONU sobre Refugiados, que obriga os países a conceder asilo a pessoas que fogem de zonas de guerra.

Em um cenário europeu cada vez mais inclinado a práticas de controle migratório rigorosas, a decisão da Holanda segue uma tendência observável. Recentemente, a Alemanha implementou controles fronteiriços com países da UE e o novo Primeiro-Ministro da França manifestou intenções semelhantes. A ministra Faber, politicamente alinhada à extrema-direita, expressou claramente que "queremos tornar a Holanda o mais pouco atrativa possível" para imigrantes. Esta assertiva reflete um movimento mais amplo dentro das fronteiras holandesas, impulsionado em parte pela facção direitista do governo de coalizão, liderada por Geert Wilders, uma figura proeminente com um conhecido discurso anti-imigração e anti-integracionista europeu.

Reações Internas e Indagações Futuras

A decisão do governo não passou despercebida pela sociedade civil e por partidos políticos de diferentes espectros na Holanda. Organizações de direitos humanos e grupos pró-imigrantes já expressaram preocupação com as implicações humanitárias desta medida. Existe um receio de que o fechamento das fronteiras possa não só criar dificuldades para os próprios cidadãos europeus, que historicamente têm desfrutado da liberdade de movimento dentro do bloco, mas também aumentar o isolamento da Holanda numa Europa cada vez mais polarizada.

Internamente, o governo está sendo pressionado a justificar como tais restrições estarão alinhadas com os compromissos internacionais em termos de direitos humanos. Observadores apontam para o impacto econômico potencial desta decisão, especialmente para as regiões de fronteira e setores que dependem da movimentação transfronteiriça, como o comércio e o turismo. O que está em jogo é o delicado equilíbrio entre a soberania nacional e as responsabilidades supranacionais. O desenvolvimento das políticas de imigração na Holanda nas próximas semanas será crucial para determinar a eficácia e a aceitação social desta nova abordagem restritiva.

Conclusões Afetadas pelos Novos Rumos Políticos

Conclusões Afetadas pelos Novos Rumos Políticos

Com o início da aplicabilidade das novas restrições iminente, a atenção está voltada para os efeitos a curto e longo prazo desta política fora do usual. Os próximos passos do governo de Dick Schoof em relação a imigração serão decisivos para medir o impacto político e social da decisão de fechamento das fronteiras. A forma como outras nações, especialmente as vizinhas, respondem, pode influenciar não apenas as relações bilaterais, mas também o equilíbrio de poder e as dinâmicas políticas dentro da própria UE. Em última análise, o mundo observa cautelosamente como esta nova política se desdobrará, com implicações que podem ressoar bem além das fronteiras holandesas.

Comentários (5)
  • Fabrício Cavalcante Mota
    Fabrício Cavalcante Mota 13 nov 2024
    Essa decisão da Holanda é o mínimo que podia esperar. Todo mundo fala de direitos humanos, mas ninguém quer pagar o preço por isso. Seu país não é um abrigo global. Se você quer viver na Europa, vá por via legal, não invadindo fronteiras como se fosse um shopping center. A Holanda está fazendo o que qualquer nação soberana deveria fazer: proteger seu povo primeiro.

    Brasil também deveria fechar as fronteiras com os vizinhos antes que isso vire uma epidemia. Não adianta ficar criticando de longe, quando o caos chegar na sua porta, você vai chorar por ajuda que não vem.
  • Paula Beatriz Pereira da Rosa
    Paula Beatriz Pereira da Rosa 14 nov 2024
    eu acho que isso é triste. tipo, sério? fechar fronteiras? e as crianças? e os refugiados que fogem de guerra? a holanda tá virando um castelo com moeda de ouro na porta e ninguém entra. mas e se fosse você? e se seu filho tivesse que fugir? você queria que fechassem a porta na cara dele?
  • Joseph Etuk
    Joseph Etuk 15 nov 2024
    Ah, claro. A Holanda fechou as fronteiras. Agora o mundo vai parar de girar. E o que? o povo de lá vai começar a comer pão com queijo sem ver um imigrante? Que surpresa. Tudo isso por causa de um político que acha que fronteira é parede de LEGO. Se fosse pra ser lógico, a Alemanha já tinha fechado a porta pro próprio país. Mas não, eles só fazem isso quando a TV fala.
  • Dárcy Oliveira
    Dárcy Oliveira 16 nov 2024
    Isso não é proteção, é medo disfarçado de política. Fechar fronteiras não resolve a crise, só esconde ela atrás de uma cerca. A Holanda sempre foi um dos países mais abertos da Europa, e agora está se tornando um exemplo do que não fazer. A gente não combate o ódio com mais ódio. A gente combate com empatia, com integração, com educação. Se você tem medo do diferente, o problema não é o imigrante - é você.

    E se o Brasil fizer isso no futuro? Vai ser aceitável? Vai ser "nacionalismo" ou só xenofobia com crachá de governo?
  • Leandro Eduardo Moreira Junior
    Leandro Eduardo Moreira Junior 17 nov 2024
    A medida adotada pelo governo holandês, embora controversa, encontra respaldo jurídico no artigo 25 do Acordo de Schengen, que permite a reintrodução temporária de controles nas fronteiras internas em situações de ameaça grave à ordem pública ou à segurança interna. A classificação de certas regiões sírias como "seguras" encontra embasamento técnico em relatórios do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), embora contrarie interpretações mais amplas da Convenção de Genebra. A pressão exercida por grupos de direitos humanos, embora legítima em termos éticos, não invalida o direito soberano de um Estado-Membro da União Europeia de estabelecer critérios de entrada conforme sua capacidade de acolhimento e integração. A análise econômica preliminar indica que, embora haja impactos setoriais nas regiões fronteiriças, os efeitos macroeconômicos são contidos devido à baixa densidade populacional migrante nas áreas afetadas. A continuidade dessa política dependerá da avaliação trimestral do Conselho de Ministros da Holanda, em consonância com os parâmetros do Pacto sobre Migração e Asilo da UE.
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